Metodologia e Didática do Ensino Superior – 60h

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Caro(as) pós-graduando,
É com enorme satisfação que apresentamos de nosso curso e  durante o estudo dessa disciplina, você terá a possibilidade de compreender os conceitos essenciais para atuação na área.

É com muito prazer que me dirijo a você neste momento: espero, sinceramente, que as informações aqui contidas sejam, suficientemente, úteis para tornar sua jornada estudantil mais proveitosa.

Esperamos que o material didático deste curso possibilite a compreensão do conteúdo resultando uma aprendizagem significativa. Vamos então! Bom curso para você! 

Caro(a) pós-graduando segue abaixo apostila para acompanhamento de nossa disciplina. Recomendamos que faça o download para o estudo! 

Se preferir faça o download do texto em pdf na opção imprimir (destino) salvar em pdf.

A Universidade na Sociedade

Toda sociedade precisa se desenvolver para sobreviver. Na medida em que o desenvolvimento deve ter por base a sustentabilidade, ele deve atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às delas; ele deve ser economicamente eficiente, socialmente equitativo e ecologicamente tolerável. Todavia, ditas necessidades nem sempre são econômicas, sociais ou ecológicas. Elas podem relacionar-se ao conhecimento científico, daí a importância da Universidade na sociedade e seu papel no desenvolvimento nacional.

A universidade tem sua origem na da Idade Média. Segundo Nunes (1979), as Universidades com seus estatutos, organização jurídica e os graus acadêmicos surgiram, espontaneamente, no seio da cristandade medieval. Nesse sentido, impossível dissociar a criação da universidade da igreja, no seu contexto instituição, eis que era o grupo historicamente dominante naquele período, sendo autorizadas por bulas papais.

Seguindo este entendimento, o processo de instrumentalização do conhecimento ocorre quando essa cosmovisão dominante, esse ideal de homem – aliado à nobreza – transfere-se para as instituições de ensino, eis que o currículo das escolas medievais culminava com o estudo da Sagrada Escritura e a convicção de que só a Bíblia continha a verdadeira e salutar sabedoria. Não obstante, tornaram-se substanciais para a construção do conhecimento ocidental porque havia estudiosos nelas preocupados, prioritariamente, com o desenvolvimento da ciência nos currículos e eram encontradas nas sete artes liberais, notadamente, Aritmética, Geometria, Astronomia, Lógica, Gramática, Música e Retórica, responsabilizadas pela formação profissional nas áreas de Teologia, Direito e Medicina.

O surgimento das universidades modernas datam do período de 1500-1800, na Europa, o que possibilitou a dissipação do pensamento crítico e acabou por originar o Renascimento e, tempos após, o Iluminismo.

A despeito da imprecisão dos registros, historicamente, credita-se que o início na difusão das universidades pela Europa ocorreu no século XII, com a fundação da Universidade de Paris. Embora já sem vínculos com a Igreja (não católicas), necessitavam receber o aval do clero ou do governo para o funcionamento dedicando-se originariamente ao ensino da medicina, das leis, da astronomia e da lógica. Em 1700, as mais conhecidas destacavam-se por divulgar suas revistas científicas. Considerada a melhor Universidade da Europa e a 2ª melhor universidade do Mundo, fundada em 1096, Oxford é a universidade mais antiga de língua inglesa.

Como um lugar também de liberdade, independência e reflexão, a Universidade é um instrumento de mudança que, respeitando os valores que promove, estimula todas as formas de inovação, sejam elas tecnológicas ou sociais. Ao fazer isso, presta imensurável serviço à sociedade.

A junção entre o mercado profissional e o universo acadêmico se faz substancial ao estímulo de profissionais com espírito de inovação, partindo-se da premissa que é a contribuição de vários agentes econômicos e sociais, com diferentes tipos de informações e conhecimentos, que permitem a sua materialização.

 O Ensino Superior no Brasil

No Brasil Colônia desenvolveu-se apenas atividades escolares de catequese de indígenas, conduzidas por sacerdotes Jesuítas, por quase 300 anos, até 1792, quando veio a ocorrer a expulsão dos Jesuítas do Brasil. Membros de famílias brasileiras abastadas eram enviados para obter educação em outros países, principalmente em Portugal.

De acordo com França (2008), foi com a Proclamação da República (1889) que a educação começou a ser prioridade para o Estado. Com o regime republicano, cada Estado da Federação passou a ter sua própria Constituição, com governos eleitos e forças políticas autônomas. As transformações ocorridas na área educacional durante esse período foram positivas.

Na Reforma Antônio Carlos (1841), a pesquisa científica passou a ter mais importância. A investigação científica era realizada por institutos de pesquisa sem vínculo com o ensino superior (França, 2008).

A criação do ensino superior no Brasil ocorreu no período Imperial, com a transferência da sede do poder no ano de 1808, época em que cursos de ensino superior foram instalados no Rio de janeiro e na Bahia a fim de atender a formação das pessoas que compunham as classes dominantes, para qualifica-las ao exercício do poder, formação de especialistas para a produção de bens, e a formação de profissionais liberais.

Foi criado, em 1808, o curso Médico de Cirurgia na Bahia e no mesmo ano é instituído no Rio de Janeiro o Hospital Militar, uma escola Anatômica, Cirúrgica e Médica. Após, tem-se a instalação, na Bahia e Rio de Janeiro, de dois centros médicos cirúrgicos, matrizes das atuais Faculdades de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Federal da Bahia. Em 1810, é instituída a Academia Real Militar na qual se implantou o início da atual Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Villanova, 1948).

O sistema universitário é composto por instituições públicas (federais ou estaduais), católicas e privadas. A estrutura compreende universidades, faculdades e instituições isoladas. O objetivo do ensino superior, no Brasil, é implantar ensino, pesquisa e extensão, embora a pesquisa seja principalmente realizada em instituições federais. As universidades também oferecem cursos de curta duração em diversas disciplinas, atendendo a população universitária e a comunidade.

 

As carreiras do ensino superior são integradas em blocos, como:

 

  • Ciências Biológicas e Saúde (Ciências Biológicas e da Saúde);
  • Ciências Exatas da Terra (Ciências Exatas);
  • Ciências Humanas e Sociais (Ciências Humanas e Sociais);
  • Ciências Sociais Aplicadas (Ciências Sociais Aplicadas) e
  • Engenharias e Tecnologias (Engenharia e Tecnologias).

 

O Conselho Federal de Educação (CFE) determina o currículo mínimo e a alocação de tempo para os diferentes cursos. Cada instituição tem a liberdade de incluir assuntos adicionais.

Ensino Superior: Finalidades

A educação, acima de qualquer lei que lhe venha a reger, é matéria com disciplina constitucional. A constituição federal (BRASIL, 1988), elenca a educação como um direito social e, como os demais, tem por premissa garantir uma melhor condição de vida e trabalho à população. Segundo Moraes (2009):

Direitos sociais são direitos fundamentais do homem, caracterizando-se como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória em um Estado Social de Direito, tendo por finalidade a melhoria de condições de vida aos hipossuficientes, visando à concretização da igualdade social, e são consagrados como fundamentos do Estado democrático, pelo art. 1º, IV, da Constituição Federal (2009, p. 195).

As normas que não são auto executáveis exigem providências legislativas ulteriores para sua aplicabilidade. Assim explicava Rui Barbosa (apud BONAVIDES, 2012):

Não há, numa Constituição, cláusulas a que se deva atribuir meramente o valor moral de conselhos, avisos ou lições. Todas têm a força imperativa de regras. Muitas, porém, não revestem dos meios de ação essenciais ao seu exercício, os direitos, que outorgam, ou os encargos, que impõem: estabelecem competências, atribuições, poderes, cujo uso tem de aguardar que a Legislatura segundo seu critério, os habilite a exercer. A Constituição não se executa a si mesma: antes requer a ação legislativa, para lhe tornar efetivos os preceitos (2012, p. 216).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (BRASIL, 1996) ressalta, em seu conteúdo, a figura do educando como sendo a de maior relevância na atividade educacional, dispondo que a educação, na condição de dever da família e do Estado, possui inspiração nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana.

Estabelece finalidades específicas, a saber:

 

  • Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;

 

  • Formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;

 

  • Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;

 

  • Promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;

 

  • Suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional , além de possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração;

 

  • Estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;

 

  • Promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.

 

  • Atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem os dois níveis

 

  • A última finalidade foi inserida pela Lei nº 174/2015 (BRASIL, 2015), contudo, se contradiz ao que foi estabelecido nos artigos 10 e 11, porquanto a oferta adequada de educação básica, compreendendo a educação infantil e os ensinos fundamental e médio, é atribuição legal dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

A Educação superior, em síntese, é uma educação destinada a aperfeiçoar competências voltadas ao mundo do trabalho, além da perspectiva de pesquisa.

Didática como Ciência no Ensino Superior

A dialética aplicada à metodologia científica tem a finalidade de analisar, de modo crítico, os acontecimentos descritos através de um fenômeno, de forma mais aprofundada, descrevendo o fenômeno, suas causas e suas consequências, a fim de entender a realidade em sua totalidade.

Nesse sentido, através do método dialético podemos rever o passado diante dos acontecimentos ocorridos no presente, facilitando o questionamento sobre o futuro em relação aos repetidos assuntos estudados.

Considerada uma ciência que estuda os saberes necessários a prática docente a Didática é um dos principais instrumentos para a formação do professor, pois é nela que se baseiam para adquirir os ensinamentos necessários para a prática. De acordo com Libâneo (1990, p. 26) “a didática trata da teoria geral do ensino”. Como disciplina é entendida como um estudo sistematizado, intencional, de investigação e de prática (LIBÂNEO, 1990).

Ainda, nesta mesma linha de pensamento, Pimenta et al, diz que:

A didática, como área da pedagogia, estuda o fenômeno ensino. As recentes modificações nos sistemas escolares e, especialmente, na área de formação de professores configuram uma “explosão didática”. Sua ressignificação aponta para um balanço do ensino como prática social, das pesquisas e das transformações que têm provocado na prática social de ensinar (2013, p.146).

No entendimento de Luzuriaga (2001), a Didática originariamente significou a arte de ensinar. Durante muito tempo, ensinou-se conforme certas regras e normas, porém estas tinham mais um caráter empírico, pessoal ou procediam da tradição de modelos ou da habilidade pessoal. Somente a partir do século XVII, Comenius estabeleceu a Didática sobre as bases gerais, denominando precisamente de Didática Magna, que era uma espécie de manual escrito em um livro elaborado com a pretensão de ensinar tudo a todos. A Didática Magna foi a principal obra de Comenius, que compreendia não apenas os métodos e regras de ensinar, mas também a totalidade ação educativa.

Segundo Gil (2010, p.2) didática é a “arte de ensinar”. Ele segue citando Comenius, que afirmava que didática é a “arte de ensinar tudo a todos” e Masetto, que diz que didática “é o estudo do processo de ensino-aprendizagem em sala de aula e de seus resultados”. Falando acerca de didática, Libâneo diz:

A didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no seu conjunto, no qual os objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas da aula se relacionam entre si de modo a criar as condições e os modos de garantir aos alunos uma aprendizagem significativa. Ela ajuda o professor na direção e orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem, fornecendo-lhe segurança profissional. (2002, p.5).

A palavra Didática refere-se à ordem, clareza, simplificação e costuma, portanto, também conotar rigor, bitolamento, limitação, quadratura. Se ela adquiriu significados negativos, supõe-se que a origem deles esteja na práxis, ou seja, no exercício regular da Didática, em todos os níveis de ensino, seria responsável pelo seu desprestígio ou má fama.

Realmente, muitos manuais de Didática estão cheios de itens e subitens, regras e conselhos: o professor deve, o professor não deve e ficam, portanto, muito próximos dos receituários ou listagens de permissões e proibições, tentando inutilmente disfarçar o seu vazio atrás de excessivo formalismo. A Didática associa-se à ciência desde o momento em que os homens passaram a questionar, de forma exaustiva, todas as formas possíveis de de ensinar algo a alguém. De modo que ela passou a estar presente quando o homem organizou a maneira de transmitir seus conhecimentos ao exercitar uma prática pedagógica – uma Didática.

Libâneo (2007) aponta que a Didática tem como objeto de estudo o processo de ensino, finalidades, pedagogias, condição e meios de direção e organização do ensino e aprendizagem, pelos quais se asseguram a mediação docente de objetivos, os conteúdos e os métodos para atingir a efetivação da assimilação dos conhecimentos.

Educação Universitária

Um conjunto de normas tem de ser formulado para regular esse sistema, aplicando-se a todas as universidades, públicas ou privadas, e incorporando todas as universidades que fazem parte do sistema de produção do conhecimento superior, como institutos de pesquisa, empresas, hospitais, repartições públicas e entidades de formação de nível superior. O sistema brasileiro deve atuar no sentido de garantir autonomia a cada entidade, devendo, entretanto, criar um conjunto harmônico, capaz de funcionar com sinergia, evitando as dispersões características do momento atual (Buarque, 2003).

Zabalza (2004) atribui três funções aos professores universitários: o ensino (docência), a pesquisa e a administração em diversos setores da instituição.

Acrescentamos ainda a função de orientação acadêmica: monografias, dissertações e teses. Novas funções agregam-se a estas, tornando mais complexo o exercício profissional:

o que alguns chamaram de business (busca de financiamento, negociação de projetos e convênios com empresas e instituições, assessorias, participação como especialistas em diversas instâncias científicas, etc.). E as relações institucionais (que são entendidas de diferentes maneiras: da representação da própria universidade nas inúmeras áreas em que é exigida até a criação e a manutenção de uma ampla rede de relações com outras universidades, empresas e instituições buscando reforçar o caráter teórico e prático da formação e, em alguns casos, seu caráter internacional) (ZABALZA, 2004, p.109).

Como já apontamos anteriormente, a docência universitária requer a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Essa característica integra a produção do conhecimento bem como sua socialização. A indissociabilidade direciona-se para atividade reflexiva e problematizadora do futuro profissional. A Articulação dos componentes curriculares e projetos de pesquisa e de intervenção, deve levar em conta que a realidade social não é objetivo de uma disciplina e isso exige o emprego de uma pluralidade metodológica.

A pesquisa e a extensão devem ser inseridas na docência, visto a necessidade de interrogar o que se encontra fora do ângulo imediato de visão. Não se trata de pensar na extensão como diluição de ações – para uso externo – daquilo que a ” universidade produzir de bom. O conhecimento científico produzido pela universidade não é para mera divulgação, mas é para a melhoria de sua capacidade de decisão.

O Ensino à Distância - EaD

Para entender o que é Educação à Distância, Moran (2009, p. 1) a define como “[…] o processo de ensino e aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente”. Salienta, ainda, que é mais conveniente sua aplicação para educação de adultos, por terem mais consolidado a aprendizagem individual de pesquisa.

Enende-se que não se pode pensar em avanços sociais significativos sem que haja acesso às tecnologias, e é a educação online que vai favorecer a aproximação das mídias por um contingente cada vez maior de sujeitos, que se tornarão capazes de atribuir-lhes novos significados com a transformação de sua visão de mundo. Conforme afirma Guatarri (2008, p.16):

As evoluções tecnológicas, conjugadas a experimentações sociais desses novos domínios, são talvez capazes de nos fazer sair do período opressivo atual e de nos fazer entrar nessa era pós-mídia, caracterizada por uma apropriação e uma resingularização da utilização da mídia.

O ensino a distância é uma alternativa de educação, na qual os principais elementos incluem a separação física de professores e alunos durante a instrução e o uso de várias tecnologias para facilitar a comunicação entre aluno e professor. Tradicionalmente, o ensino a distância tem se concentrado em estudantes não tradicionais, como trabalhadores em período integral, militares e não residentes ou indivíduos em regiões remotas que não podem participar de palestras em sala de aula. No entanto, o ensino a distância tornou-se uma parte estabelecida do mundo educacional, com tendências apontando para o crescimento contínuo, principalmente no Ensino Superior.

O ensino a distância é, por definição, realizado por meio de instituições; não é um estudo individual ou um ambiente de aprendizado não acadêmico. As instituições também podem ou não oferecer instruções tradicionais em sala de aula, mas são elegíveis para credenciamento pelas mesmas agências que empregam métodos tradicionais.

A educação a distância, como qualquer outra educação, estabelece um grupo de aprendizado, às vezes chamado de comunidade de aprendizado, composta por alunos, professores e recursos instrucionais – ou seja, livros, áudio, vídeo e gráficos que permitem ao aluno acessar o conteúdo da instrução.

Um dos primeiros assessores tecnológicos da educação foi o slide lanterna (por exemplo, o Lanterna de Linnebach), usada no século XIX nas aulas de chautauqua e nas escolas de liceu para adultos e em shows itinerantes de barracas de palestras em todo o mundo para projetar imagens em qualquer superfície conveniente; esses assessores visuais se mostraram particularmente úteis na educação de audiências semiletradas. No início do século XX, as teorias da aprendizagem começaram a se concentrar em abordagens visuais da instrução, em contraste com as práticas de recitação oral que ainda dominavam as salas de aula tradicionais.

Gonzalez (2005) define que a Educação a distância é uma estratégia de sistemas educativos que irá ofertar a educação a setores ou a um grupo de pessoas que possuem dificuldades de acesso à educação presencial, complementando os conceitos abordados anteriormente.

O Brasil é pródigo em exemplos de professores muito competentes no uso de tecnologias e educação a distância. Mas, quase sempre, eles foram vistos como grupos de excêntricos ou visionários, que se dedicaram às pesquisas nesse campo sem apoio oficial – quando muito, alcançavam a piedosa complacência dos gestores. Algumas vezes, os grupos que atuavam na área, disputavam entre si, em vez de unidos, buscarem a sensibilização dos dirigentes. O resultado disso foi que a educação a distância ficou sendo uma ilha em nossas universidades e instituições. (MEC, 2003).

Ambiente Virtual de Aprendizagem e Tecnologias para o Ensino

Segundo Moran (2006), a educação online pode ser aplicada desde a educação infantil até o ensino superior, contemplando não só a educação formal, como também a não formal e a educação corporativa, viabilizando tanto cursos totalmente a distância, quanto semipresenciais e presenciais:

Uma estratégia pedagógica dinâmica é realizada com programas que sejam atualizados permanentemente, respondendo ao acelerado ritmo de mudança da sociedade do conhecimento e do mercado de trabalho atual, superando assim o anacronismo em que, cedo ou tarde, caem os conteúdos  e programas dos sistemas presenciais.

Como salienta LÉVY (1999):

[…] tornam-se necessárias duas grandes reformas dos sistemas de educação e formação. Primeiro, a adaptação dos dispositivos e do espírito do aprendizado aberto e a distância (AAD) no cotidiano e no ordinário da educação. É verdade que o AAD explora certas técnicas do ensino a distância, inclusive a hipermídia, as redes interativas de comunicação e todas as tecnologias intelectuais da cybercultura. O essencial, porém, reside num novo estilo de pedagogia que favoreça, ao mesmo tempo, os aprendizados personalizados e o aprendizado cooperativo em rede. Nesse quadro, o docente vê-se chamado a tornar-se um animador da inteligência coletiva de seus grupos de alunos, em vez de um dispensador direto de conhecimentos (1990, p. 17).

Conforme Carvalho et al. (2011), várias são as possibilidades de se implementar e usar os métodos de ensino EAD. Ementas de disciplinas específicas se adequam perfeitamente aos moldes desse tipo de ensino, de modo que a utilização de recursos computacionais favoreça o aprendizado quando comparados ao ensino presencial. Muitas ferramentas que teriam dificuldades de estarem disponíveis para o aluno em sala de aula são acessadas por estes de maneira rápida, através de aplicativos e softwares.

Diversos recursos virtuais auxiliam na aquisição da informação, por meio de chats, correio eletrônico, fóruns e plataformas de buscas como o Google, garantindo assim uma extensa flexibilidade do processo de ensino-aprendizagem entre o aluno e o professor. A EAD, em nosso país, ganhou novos rumos e contornos a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96) e, posteriormente, de alguns decretos (n°2949, n°2561, n°5622) que detalharam o funcionamento desta modalidade de ensino.

Arruda (2015) ainda relata que o decreto nº 5.622/2005 possibilitou a oferta de cursos à distância em todos os níveis. O referido dispositivo legal, mesmo cercado de cuidados, possibilitou um crescimento incomum a esta modalidade educacional, provavelmente devido a uma demanda reprimida pela lacuna ocorrida entre 2001 e 2005, período em que o número de cursos à distância pouco cresceu no Brasil, saltando de 14 em 2001 para 189 em 2005. Para se ter uma ideia, de 2005 ao ano seguinte o número de cursos cresceu para 349, ou seja, quase dobrou. Os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP), órgão do governo federal, para o ano de 2013, mostravam que naquele ano o número de cursos superiores à distância já ultrapassava 1,2 mil.

Com as questões impostas pela pandemia de COVID 19, a partir do ano de 2019, entre março e abril de 2020, o ensino à distância registrou seus maiores números. No entanto, segundo o Censo de Educação Superior do INEP (2009 a 2019), o interesse por aulas por aulas presenciais já havia caído 45%, enquanto o crescimento do EaD foi de 378,9% .

Mudar a forma de ensinar e de aprender com tecnologias é colaborar para que professores e alunos nas escolas e nas organizações transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e de trabalho e tornar-se cidadãos realizados e produtivos (MORAN, 2006).

Assista a Aula Complementar sobre "Metodologias Ativas" com o Prof. Ivan Canovas

Vinicius Parada Costa
Professor/Especialista

Professor Universitário, Especialista em Terapia Familiar, Casal e Sistêmica pela ÚNICA, Especialista em Psicanálise Clínica e Intervenções Clínica pela FATEC-PR e Faculdade GAIO,  formação Livre em Psicanálise, Constelação Familiar, PNL, Coach Estrutural Sistêmico. Terapeuta Integrativo nas áreas de Reiki Japonês e Tibetano, Auriculoterapia Chinesa, Practitioner em Barras de Access, EFT, Hoponopono, Thetahealing e especialista em Jung. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Psicanálise. Possui graduação em Marketing pela Universidade Anhembi Morumbi e Logística pela UNISA. Atualmente é professor conteudista de pós graduação na Faculdade Gaio e Coordenador do Curso de Constelação Familiar e Sistêmica e Sexologia e Psicanalise.

Rachel Hidalgo
Doutoranda em Educação Ambiental

Rachel Hidalgo tem graduação em Comunicação Social – Jornalismo, pela Universidade Católica de Santos (2010), segunda graduação, em andamento, de Licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Paulista (2021), formação em Documentário pela Academia Internacional de Cinema – AIC/SP (2017), mestrado em Educação Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande – CAPES/FURG (2018) e, atualmente, é doutoranda no mesmo programa CNPq/FURG, com pesquisa direcionada para Educomunicação Socioambiental (2022). Integra o Ribombo – Grupo de Pesquisa e Estudos em Educação e Gestão Ambiental, Mudanças Climáticas e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável em áreas litorâneas, desenvolvendo pesquisa sobre zona costeira por meio do suporte audiovisual e fotográfico.

Ao final desta disciplina, o(a) aluno(a) deverá realizar a Prova Avaliativa com questões de múltipla escolha sendo sempre uma correta. 

 

Dica para realização da prova avaliação: Estude todo material do curso e da apostila, bem como se possível faça a impressão para acompanhar os temas, as vídeoaulas e podcasts.  

Boa Avaliação!